Rogério Dias e sua arte partem para mais um vôo
“Rogério era um menino levado que passava o dia inteiro armando arapucas para apanhar passarinhos. A mãe dele dizia venha já pra dentro. Ele dizia, já vou, mãe, e continuava montando as suas armadilhas para pegar passarinhos”.
Paulo Leminski
Rogério Dias firmou-se como uma das mais autênticas manifestações na arte paranaense contemporânea.
Por meio de seus pássaros, o artista consegue nos dizer tudo o que quer, em poucos traços, com poucos símbolos. Deixa o conteúdo de suas telas a cargo do observador, não perde tempo tentando ser específico, onírico, contestador. Deixa tudo isso a cargo do público, que sempre interpretará sua obra de diversas maneiras.
Nós, da Inventa, temos o privilégio de conhecê-lo e grande parte da nossa equipe já teve a oportunidade de visitar seu atelier, um simpático espaço junto à sua casa, aqui mesmo, em Curitiba. Sua timidez e carisma são realmente encantadores. Delicado, o artista apresenta suas produções com uma simplicidade muito grande. Conta histórias, abre livros e detalha cada pássaro. Conta que encantamento começou na sua cidade natal, Jacarezinho. E relembra com carinho a época da infância no interior. Foi assim comigo, foi assim com todos da equipe que o visitaram.
Agora, mais uma vez, a arte de Rogério Dias parte para outros ares. Podemos dizer ainda que seus pássaros partem para mais um longo vôo, levando um pouco da história do artista e sua busca ingênua e sentimental; levando um pouco da nossa arte.
Orgulhosamente, Rogério Dias integra o grupo convidado para participar do projeto 2010 Fine Art, organizado pela MMXART, empresa licenciada pela Fifa para criar produtos oficiais para a Copa do Mundo.
Cada um dos 160 artistas convidados está desenvolvendo um trabalho relacionado ao evento e ao continente africano, sendo que os trabalhos serão expostos simultaneamente em 32 países durante a Copa do Mundo.
Para este vôo, Rogério Dias criou o trabalho The World Colors Meet in Africa (As Cores do Mundo se Encontram na África), tendo como tema, claro que, seus famosos pássaros coloridos.
Pássaros que não são reais, nem tentam ser. Pássaros que são acima de uma forma de comunicação, da maneira mais democrática possível. Pássaros que são uma conversa, na qual o artista apenas incita o tema, e começa a contar uma história, que será finalizada por quem quer que veja suas telas.
Liberdade?
Pureza?
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